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Posts Tagged ‘Ficção histórica’

“Os soldados franceses, inexperientes e desacostumados ao clima rigoroso do sul, jamais tinham visto terreno como aquele. Benziam-se, vendo naquilo a prova de que de fato tinham entrado em uma terra abandonada por Deus.”

Nesse primeiro post do blog, espero comentar a respeito de uma grande obra (tanto no sentido literal quanto no figurado), da autora Kate Mosse.

Não conheço os trabalhos anteriores dela, mas certamente Labirinto demandou muito esforço da parte dela: primeiro, por se tratar de um livro relativamente grosso (aproximadamente 600 páginas). Segundo, pelo nível de informações históricas contidos nele.

Antes de dar minha opinião acerca do livro em si, vou resumir um pouco o enredo do mesmo. Tudo começa quando a protagonista Alice Tanner descobre “por acidente” dois esqueletos numa tumba em uma escavação arqueológica. Na parede da tumba, está gravado um labirinto circular (a capa do livro representa a parede da tumba). A partir desse momento,  Alice faz parte de uma sequência de graves acontecimentos que remontam a um segredo ancestral.

A outra protagonista da obra (sim, os capítulos se revezam em mostrar a história de duas protagonistas.), por sua vez, vive no século XII, e recebe do pai um livro que contem o segredo do famigerado Graal.  Alaïs, como é chamada, tem de juntar os seus esforços para proteger esse livro. Obviamente,  isso não é tarefa fácil.

Tudo isso se junta ao contexto medieval que dá o tom a parte da obra que se trata de Alaïs. Aí é que entra o fascínio por essa obra – e o motivo pelo qual escolhi comentá-la nesse post de estréia: os detalhes históricos são realistas demais, a ponto de você se questionar se aquilo trata-se de uma ficção realmente. O próprio livro começa com uma nota histórica, a respeito de uma cruzada que ocorreu à época da vivência de Alaïs na história. A autora soube romantizar uma cruzada que aconteceu realmente numa determinada região, encaixando a protagonista e os outros personagens nesse complicado contexto. A propriedade com que a autora faz isso me surpreendeu a ponto de eu enviar um e-mail para o meu professor de história do ensino médio para me certificar que certos personagens não existiram de fato. Kate Mosse soube também usar palavras na língua original da região, nos fazendo ir e voltar do glossário diversas vezes para acompanhar o desenrolar dos fatos, dando ainda mais realidade a sua obra sem cansar o leitor em demasia.

Por fim, a maneira majestosa em que a Alice Tanner e a Alaïs estão ligadas na história torna a obra ainda mais emocionante. Misturando ação, história e um certo quê de romance, “Labirinto” é uma obra que merece ser lida. É uma boa sugestão para o fim de ano.

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