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Archive for the ‘Fantasia’ Category

“Atrás deles vinham a coluna interminável de fantasmas. O túnel estava cheio de susurros,  pois os que vinham mais à frente encorajam os que vinham atrás, enquanto os fortes de coração encorajavam os fracos, e os velhos davam esperanças aos jovens.”

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A capa mais bonita. O livro mais grosso, e mais bem editado. Como havia prometido, chegamos ao fim da trilogia “Fronteiras do Universo”, em seu episódio final: “A Luneta Âmbar”.

Confesso que fiquei um pouco decepcionado ao ler o desfecho dessa trilogia. Esse livro não superou as minhas expectativas, esperava algo mais grandioso, tão emocionante e envolvente quanto “A Faca Sútil”. Encontrei situações verdadeiramente bizarras, mesmo tratando-se de um livro de fantasia. O livro varia entre o “ótimo” e o “chato” por muitas vezes.

Apesar disso, essa obra consegue trazer um grande fascínio ao leitor. Existem situações bizarras, sim. Mas existem também momentos encantadores e surpreendentes: a entrada de Lyra e Will no mundo dos mortos, numa jornada sem destino, é uma delas. Acho que um dos momentos mais curiosos e deliciosos de se imaginar é a entrada dos protagonistas vivos no universo das almas, dos mortos, que é ligeiramente sombrio, mas de certa maneira, é fascinante, de uma maneira que eu não consigo explicar o porquê – poder e esplendor talvez descrevam melhor a cena visualizada pelo leitor durante essa jornada específica.

Sendo o desfecho dessa trilogia, a leitura desse livro é essencial para quem quer descobrir como os protagonistas terminam essa misteriosa e imprevisível jornada. O livro não é de tão bom quanto “A Faca Sutil”, o melhor livro da série, mas não é ruim.

Essa trilogia foi terminada no ano 2000, e fiz questão de colocar as capas mais antigas, antes do primeiro livro ser transformado num filme meia boca, fazendo com que as capas da trilogia mudassem para uma versão mais cinematográfica. Provavelmente não se encontra mais as versões antigas dessa trilogia nas livrarias, e a nova formatação, juntamente com as capas novas, tiram um pouco do esplendor dessa obra…

Termino aqui os comentários sobre a trilogia “Fronteiras do Universo”. Até o próximo post.

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“Então o daemon desapareceu. Mas o piloto ainda estava vivo; seus olhos tornaram-se opacos e a mão estendida caiu flacidamente sobre o manete, ele parecia vivo, mas não estava vivo: estava indiferente a tudo.”

214-0Continuando a tentativa de postar seguidamente sobre a trilogia “Fronteiras do Universo”, é com muita satisfação que venho comentar a respeito de “A Faca Sutil”, que é, sem dúvida alguma, o melhor livro da série.

Enquanto “A bussóla dourada” se passava num universo relativamente parecido com o nosso, o segundo livro reveza-se entre os universos, e os protagonistas são capazes de abrir uma passagem entre eles com um instrumento: a faca sutil. Observe a ilustração da capa, em que vemos a faca cortando o ar, fazendo uma janela entre os universos.

Nesse volume, vemos um novo protagonista na história: Will. Com uma mãe deficiente e um pai desaparecido, Will mata um homem por acidente  e em sua fuga, descobre por acaso uma fenda no ar. Ele se aproxima e percebe que estava diante de uma espécie de janela, em que ele podia ver através uma cidade totalmente diferente da que ele estava. Ele então a atravessa, e de repente percebe que está numa cidade litorânea abandonada, em um outro universo.

Em Citàgazze, Will e Lyra se encontram, e descobrem que a cidade é habitada por espectros mortíferos – e por isso que não havia ninguém lá. Só existe um talismã capaz de repelir esses espectros, que é a faca sutil.

Numa jornada incessante, Lyra e Will se encontram em uma trama cheia de mistérios e suspense.

O segundo livro da trilogia “Fronteiras do Universo” é muito bom, mesmo para adultos, suponho, pois li esse livro aos 15 anos de idade.  O autor soube coordenar as cenas de suspense e ação de tal maneira que nos sentimos muito envolvidos na leitura. “A Faca Sutil” é um livro muito, mas muito bom. Li duas vezes. Talvez, ele seja responsável por eu ter gostado da saga. “A Bússola” é bom, mas não chega aos pés do trabalho feito em “A Faca”.

Como estou comentando sobre a trilogia Fronteiras do Universo, meu próximo post será, obviamente, sobre o livro que conclui a saga. De antemão, digo que se “A luneta ambar” não fosse a continuação de “A Faca Sutil”, eu não o indicaria, pois é decepcionante em muitos aspectos, mas para continuar a respeito dessa trilogia, sinto a necessidade de escrever sobre ele também.

Mas só no próximo post…

Até mais.

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“Lyra virou-se, com alegria e alívio, mas um focinho pesado empurrou-a pelas costas e jogou-a no chão; sem folêgo para levantar-se, a menina ficou caída, ofegante e trêmula,  pois no lugar onde ela estivera de pé havia agora a pena verde de uma flecha; a ponta e o cabo estavam enterrados na neve. ‘Impossível!’, ela pensou.”

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Como já mencionei anteriormente, gosto muito de ler trilogias. Durantes esses dias, pretendo comentar a respeito da trilogia “Fronteiras do Universo”, de Philip Pullman, composta pelos livros “A bússola dourada”, “A faca sútil” e “A luneta âmbar”.

A história começa em um universo semelhante ao nosso, mas com algumas diferenças importantes, e a maior delas é que as almas das pessoas estão visivéis, no exterior, através de daemons. Os daemons se mostram como animais, andando sempre ao lado do seu dono. Assim, o animal em que sua alma se apresenta reflete a sua personalidade, à vista de todos os outros. Por exemplo, se seu daemon tem a forma de um cachorro, você tem características de obediência e servidão. Se o seu daemon tem uma forma de pantera, você é alguém que manda. Os daemons tem forma fixa nos adultos, que já tem sua personalidade formada;  os daemons das crianças mudam frenquetemente de forma – cachorro, gato, serpente, vespa… – pois as crianças ainda não estão verdadeiramente formadas.

Nessa história, entra a protagonista Lyra e seu daemon Pantalaimon, que evitam, por acaso, o assassinato do reitor da universidade e tio da protagonista. Ouvindo a conversa alheia, Lyra descobre a possibilidade de existência de universos paralelos. Ocorre uma sequência de eventos, que eu não menciono para não estragar a surpresa de ninguém, e Lyra se encontra confusa, em perigo, e com um estranho artefato em suas mãos: o aletômetro.

Ela descobre então que tal artefato, semelhante a uma bússola, mostra a verdade, que deve ser interpretada na leitura dos símbolos. (O aletômetro é a ilustração da capa).

Lyra enfrenta então uma perigosa jornada, tentando evitar que o aletômetro caia em mãos erradas, tentando descobrir mais sobre um misterioso que cai da abertura entre os universos e desejando salvar o seu amigo que foi sequestrado para fins experimentais. Em sua jornada, Lyra conhece ursos de armadura, bruxas que voam em galhos de pinheiro e crianças que morrem quando perdem seu daemon, sua alma.

Esse universo fantasioso fascina crianças e adultos, numa leitura rica de conceitos e extremamente inteligente. A trilogia “Fronteiras do Universo” é boa nesse aspecto: nenhuma pergunta fica sem resposta.

Esse livro, especificamente, é o 2º melhor da trilogia, e é capaz de empolgar pessoas de qualquer idade. Uma leitura recomendada. Infelizmente, a leitura as vezes se torna cansativa, pois os personagens estão sempre viajando, viajando, viajando… E o início também não é muito empolgante, pois a descrição dos momentos de Lyra em Oxford – brincadeiras, diversão de crianças pregando peças – não anima um leitor mais adulto que quer ver um pouco de ação. No entanto, depois que esses momentos passam, existem partes em que você segura o fôlego para ver o que acontece. Eu, pelo menos, me envolvi muito nessa leitura.

Esse livro já possui sua adaptação para os cinemas, que, sinceramente, achei muito fraca e sem sal, apesar dos efeitos especiais e da “ilustre” presença de Nicole Kidman e Daniel Craig, deixando muito a desejar. Se eu visse o filme sem ler o livro que o inspirou, acabaria sem interesse de lê-lo.

Posteriormente comentarei a respeito das obras que continuam a trilogia. Até mais.

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“Eu sabia que, se nunca tivesse ido a Forks, agora não estaria diante da morte. Mas, embora estivesse apavorada, não conseguia me arrepender da decisão. Quando a vida lhe oferece um sonho muito além de todas as suas expectativas, é irracional se lamentar quando isso chega ao fim.  O caçador sorriu de um jeito simpático enquanto avançava para me matar”.

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Você com certeza já deve ter ouvido falar de Crepúsculo. Não? Talvez tenha ouvido falar de Twilight, então. Se você ainda não sabe do que estou falando, então certamente está por fora de uma das maiores febres literárias da atualidade. Crepúsculo, da autora norte-americana Stephenie Meyer, encabeça a lista dos mais vendidos em diversos países, inclusive no Brasil.

Hoje, como já deu para perceber, resolvi postar a respeito dessa obra, que é o primeiro livro de uma série de 4 – Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Breaking Dawn (estes dois últimos ainda sem tradução para o português brasileiro). Inegavelmente, sou fã de trilogias.  Sem nenhum motivo específico, gosto de acompanhar o desenvolvimento da trama e dos personagens de uma maneira que um único livro não consegue explicar.

O que há nessa série de tão especial? Inicialmente, Isabella Swan (que prefere ser chamada de Bella) tem que morar com seu pai, e se muda para uma cidadezinha chamada Forks, um lugar em que eu realmente gostaria de morar – sempre nublada, chuvosa, fria, com uma floresta exuberante ao seu redor. Lá, ela é atraída por um rapaz misterioso. Descobre que ele se chama Edward Cullen, e que tanto ele quanto a família dele é incrivelmente reservada. Bella tem a impressão de que há algo diferente no rapaz.

Quando Edward salva Bella de um acidente – ele impede que uma van colida com Bella afastando o carro com sua mão – a protagonista percebe que realmente há algo de muito diferente nele. Algumas páginas adiante, Bella descobre o que o leitor já sabe desde que leu a orelha do livro: Edward e sua família são vampiros.

Bella então percebe que está apaixonada por Edward. E que é correspondida.

Não pretendo “spoliar” mais ninguém, então paro com a descrição por aqui. Na realidade, achava que “Crepúsculo” não iria me agradar, por ser uma história com muito romance, e um romance muito inocente por assim dizer: já que Edward não pode beijar Bella por muito tempo (para não perder o controle e acabar se alimentando dela, já que ele mesmo explica que o sangue de Bella é irresistível), o namoro dos dois não passa de andar de mãos dadas e olhe lá, se não o namorado vampiro pode se descontrolar e te comer (por favor, não há sentido maldoso nesse último verbo).

Por isso, resolvi falar desse livro. Romances românticos nunca me agradaram, e este conseguiu me transformar em um acompanhador da trilogia (ou quadrologia, como diria minha amiga Hayanne). Já li o 2º livro da série e pretendo ler os outros dois em breve. Talvez o motivo de “Crepúsculo” ter me agradado tenha sido o implemento do elemento sobrenatural. A presença dos vampiros, somada ao clima sempre tempestuoso de uma cidade cercada por uma floresta, transforma um romance água-com-açucar em uma leitura que você se sente impelido a continuar lendo sem interrupções.

As cenas de ação, no entanto, deixam a desejar. Talvez pelo fato de sabermos que o livro possui 3 obras que continuam sua história, não nos empolgamos muito com o clima de terror que se instala na última parte do livro, já que sabemos que nenhum protagonista corre perigo verdadeiramente. Ou talvez a autora seja mesmo romântica e não tenha habilidade em escrever boas cenas de ação, o que é uma pena, pois o contexto da obra realmente a favorecia. Mas vou poder comentar isso melhor quando terminar de ler a série, provavelmente no início do ano que vem.

Como toda obra literária de sucesso, “Crepúsculo” já tem sua adaptação para os cinemas. Assisti ao filme ontem, e posso dizer que pela primeira vez uma adaptação literária ficou tão boa quando comparada com o livro. A trilha sonora do filme é realmente boa – estou escutando-a nesse momento. Confira o trailer do filme logo abaixo.

Por fim, concluo dizendo que “Crepúsculo” é um livro para ser colocado na sua lista de “quero ler”. Você não tem muito o que perder.  Aproveite, pois os preços estão bem convidadivos – adquiri o meu por R$ 19,00.

Boa leitura!

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“No alto de um morro, em um jardim encantado envolto por muros altos e protegidos por poderosa magia, jorrava a fonte da sorte.”

beedlebloomsburyDepois de sua saga se tornar a mais vendida no mundo inteiro, e com alguns milhões em sua conta, J.K. Rowling resolve agraciar os fãs com uma nova obra – “Os contos de Beedle – o Bardo”.

Inicialmente, “Contos” foi citado em “Relíquias da Morte”, último livro da série Harry Potter. No entanto, para atender ao desejo dos fãs, resolveu escrever na íntegra o livro que possui um papel importante na finalização da sua obra anterior.

A capa do livro e todas as ilustrações no interior foram feitos pela própria J.K. Rowling, mostrando que os dotes da autora vão além de escrever bem. “Beedle” reune 5 contos muito famosos entre os bruxos, assim como chapeuzinho vermelho, branca de neve, gata borralheira, são famosos entre nós.  O livro ainda traz notas (talvez para dar mais páginas ao livro) de Alvo Dumbledore, falecido diretor da fictícia Hogwarts.

No geral, a obra é agradável. Leitura muito rápida – li tudo em 1hra. Os contos são simples, e como nossos contos infantis, trazem também uma “moral da história”.  Acredito que os contos que mais tenha gostado foram “A fonte da Sorte” e “O conto dos três irmãos”. J. K. Rowling mostra que sabe fazer como ninguém esse tipo de narrativa.

No entanto, “Contos” falha em um ponto: não preenche o vazio que deixou nos fãs mais ávidos após o termino da saga da autora. Além disso, o preço do livro (aproximadamente 25 reais) não é tão barato assim quando se trata de um livro tão pequenininho. Mas como foi escrito por J.K. Rowling, a editora coloca o preço lá em cima, porque sabe que todos vão acabar comprando.

Conclusão: o livro é bom, agradável e tudo o mais. O preço é que é muito salgado. Recomendo tomar emprestado ou procurar meios menos ortodoxos de obtê-lo… Nesse caso, o google poderá te ajudar. Mas se está com dinheiro sobrando, fique tranquilo ao comprar… Se você é fã da autora, certamente não irá se arrepender.

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“Os soldados franceses, inexperientes e desacostumados ao clima rigoroso do sul, jamais tinham visto terreno como aquele. Benziam-se, vendo naquilo a prova de que de fato tinham entrado em uma terra abandonada por Deus.”

Nesse primeiro post do blog, espero comentar a respeito de uma grande obra (tanto no sentido literal quanto no figurado), da autora Kate Mosse.

Não conheço os trabalhos anteriores dela, mas certamente Labirinto demandou muito esforço da parte dela: primeiro, por se tratar de um livro relativamente grosso (aproximadamente 600 páginas). Segundo, pelo nível de informações históricas contidos nele.

Antes de dar minha opinião acerca do livro em si, vou resumir um pouco o enredo do mesmo. Tudo começa quando a protagonista Alice Tanner descobre “por acidente” dois esqueletos numa tumba em uma escavação arqueológica. Na parede da tumba, está gravado um labirinto circular (a capa do livro representa a parede da tumba). A partir desse momento,  Alice faz parte de uma sequência de graves acontecimentos que remontam a um segredo ancestral.

A outra protagonista da obra (sim, os capítulos se revezam em mostrar a história de duas protagonistas.), por sua vez, vive no século XII, e recebe do pai um livro que contem o segredo do famigerado Graal.  Alaïs, como é chamada, tem de juntar os seus esforços para proteger esse livro. Obviamente,  isso não é tarefa fácil.

Tudo isso se junta ao contexto medieval que dá o tom a parte da obra que se trata de Alaïs. Aí é que entra o fascínio por essa obra – e o motivo pelo qual escolhi comentá-la nesse post de estréia: os detalhes históricos são realistas demais, a ponto de você se questionar se aquilo trata-se de uma ficção realmente. O próprio livro começa com uma nota histórica, a respeito de uma cruzada que ocorreu à época da vivência de Alaïs na história. A autora soube romantizar uma cruzada que aconteceu realmente numa determinada região, encaixando a protagonista e os outros personagens nesse complicado contexto. A propriedade com que a autora faz isso me surpreendeu a ponto de eu enviar um e-mail para o meu professor de história do ensino médio para me certificar que certos personagens não existiram de fato. Kate Mosse soube também usar palavras na língua original da região, nos fazendo ir e voltar do glossário diversas vezes para acompanhar o desenrolar dos fatos, dando ainda mais realidade a sua obra sem cansar o leitor em demasia.

Por fim, a maneira majestosa em que a Alice Tanner e a Alaïs estão ligadas na história torna a obra ainda mais emocionante. Misturando ação, história e um certo quê de romance, “Labirinto” é uma obra que merece ser lida. É uma boa sugestão para o fim de ano.

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